Micheletti diz à OEA que haverá eleições em Honduras
Ter, 25 Ago, 05h51
Tegucigalpa, 25 ago (EFE).- O atual presidente de Honduras, Roberto Micheletti, disse hoje à missão de chanceleres da Organização dos Estados Americanos (OEA) que, em 29 de novembro, "haverá eleições, reconheçam os países do mundo ou não".
Micheletti também afirmou que, em Honduras, os três poderes do Estado "estão trabalhando, cumprindo com suas obrigações".
Disse ainda que não tem "medo do embargo de ninguém" e que já "analisamos com toda tranquilidade, com toda firmeza, que este país pode seguir adiante, mesmo sem o apoio dos senhores e de outros países".
"Sabemos que vamos sofrer consequências graves, já nos enviaram as mensagens, mas temos fé no supremo criador, que não vai nos deixar sós, temos fé em Deus de que a posição de nosso país é simplesmente defender nossa democracia", ressaltou Micheletti.
Disse, além disso, que se hoje estivessem "sob a poder do senhor Hugo Chávez (presidente da Venezuela), infelizmente aqui não haveria liberdade absoluta" para poder manter um "fórum" como o com os chanceleres da OEA.
Micheletti disse aos representantes da OEA que tem "muita fé nas eleições", que "nos propusemos a realizar como Governo da República, como Tribunal Supremo Eleitoral".
"Eu só quero pedir aos senhores, (...) com todo meu respeito que, por favor, escutem o povo, por favor, escutem as organizações que tremiam de medo antes do dia 28 de junho, mas que tinham medo de exteriorizar o que realmente estava acontecendo", acrescentou, se dirigindo aos chanceleres e ao secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza.
Micheletti reiterou à missão que não houve golpe de Estado em Honduras contra Manuel Zelaya, no dia 28 de junho, mas uma "substituição constitucional".
Acrescentou que "nenhum presidente de nenhum poder do Estado tem o direito de fazer o que se pretendia fazer" em Honduras, em alusão a Zelaya, que promovia um referendo popular, com o objetivo de reformar a Constituição.
A representação da OEA chegou ontem a Honduras, para uma visita de dois dias a Tegucigalpa, onde se reuniu com representantes de diversos setores sociais para buscar uma solução pacífica à crise política hondurenha, no marco do Acordo de San José, impulsionado pelo presidente da Costa Rica, Óscar Arias. EFE