sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Salário Mínimo não é suficiente!

O governo apregoa aos quatro ventos, auxiliado por uma mídia que procura esconder a realidade econômica do país, que nunca nenhum governo fez tanto pelos pobres... Esta notícia do Yahoo mostra bem que os R$ 415,00 de salário mínimo, para o trabalhador urbano, supre apenas ¼ das suas necessidades.
Mostra também outra realidade: a inflação pegou e pegou feio, muitos escondem, muitos omitem, ninguém quer falar claro sobre isso. Mas esconder não vai impedir que o monstro mostre suas garras de vez enquando.
Leiam a notícia do http://br.pfinance.yahoo.com/081002/22/gjt5hr.html:
Para suprir necessidades do trabalhador, mínimo deveria ser de R$ 2.014,73
Sex, 7 Nov, 08h00
SÃO PAULO - De acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica, divulgada nesta quinta-feira (6) pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), o salário mínimo necessário para suprir as necessidades do trabalhador, em outubro, deveria ser de R$ 2.014,73. O valor é 4,85 vezes superior ao piso em vigor, de R$ 415.
Na comparação com setembro, houve um avanço significativo, por conta da alta registrada no preço da cesta básica, em grande parte do País. No nono mês deste ano, seriam necessários R$ 1.971,55 ou 4,75 vezes o salário vigente, para arcar com despesas familiares relacionadas à alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.
Em relação a outubro de 2007, o brasileiro também precisa de mais dinheiro hoje, afinal, há um ano, o mínimo necessário estimado era de R$ 1.797,56, o correspondente a 4,73 vezes ao menor salário da época (R$ 380).
Cesta
Ainda conforme o Dieese, no décimo mês de 2008, a compra da cesta básica comprometeu 54,14% do rendimento líquido do trabalhador. Em Porto Alegre , onde foi verificada a cesta mais cara (R$ 239,82), entre as 17 capitais pesquisadas, o percentual requisitado foi de 57,78%.
Por conseqüência, a capital gaúcha também foi a localidade onde as pessoas tiveram de trabalhar mais para conseguir comprar a cesta básica em outubro: 127 horas e 8 minutos.
A média nacional foi de 109 horas e 34 minutos.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Um excelente artigo do Reinaldo Azevedo sobre a eleição Americana. Um comentarista do “Bom dia Brasil” da Rede Globo, todo excitado chegou a declarar (pamem!) que Obama dividiu a História que agora passa a ser Antes Obama e Depois Obama. O sensacionalismo messiânico que os meios de comunicação como um todo está difundindo não tem fundamentos reais. Agora me pergunto: por que esse messianismo? Seria Obama um novo Guru que vai resolver todos os problemas a ponto de poder ser considerado um novo “Cristo” que divide a História do Mundo? Por que isso? Mauro Demarchi


Blog do Reinaldo:

AI, AI... E A HISTÓRIA VOLTOU A TER “UM SENTIDO”!
A eleição de Barack Obama ressuscitou um conceito que, não sendo exclusivo da historiografia e da sociologia marxistas, é, no entanto, um seu freqüente instrumento de análise: o “sentido da história”. Marxistas os mais diversos, dos mais idiotas (muitos) aos mais ilustrados (raros), apontam uma espécie de linha evolutiva da humanidade que, acreditem leitores, não se distingue muito daquilo que o homem comum chama “destino” — só que, no caso, trata-se de um “destino” da coletividade.


Assim, os eventos históricos estariam livres da causalidade e do acidente. Tudo o que acontece teria sido antecipado como realidade larvar que fosse. A vida e a história seriam como um romance policial bem-escrito em que procuramos os indícios. No romance, se eles não existem, se o autor pode nos surpreender a qualquer momento com o fortuito e o incerto, então perdemos o interesse — como aconteceu com a série Lost. A vida como ela é não rende livros. E começo a desconfiar de que há quem ache que não rende nem jornalismo. Há uma busca desesperada pelo “fato histórico” e por seu "sentido".


Já acreditei nisso, confesso. Não acredito mais. Quem atribui “sentido” à história são sempre correntes militantes: com ele, criam suas utopias, futuros dourados e até escatologias. E também relêem o passado, ficando a prevalência desse ou daquele revisionismos ao sabor das maiorias influentes da hora. Sim, claro, sabemos que o estouro da bolha imobiliária decorreu, como se diz, da fragilidade da regulação (o fato antecedente), mas ninguém poderia esperar, por mais que negros e brancos nos EUA estivessem em busca de um novo sentido para a história, que tal fato contribuiria para a eleição de um “afro-americano” — que, então, está destinado a marcar, como lemos, ouvimos e vemos, um novo período histórico, equiparável, segundo o próprio Obama, à queda do muro de Berlim.


Fosse eu um desses vigaristas dialéticos, poderia cinicamente dizer aos entusiasmados da hora: “Agradeçam a George W. Bush, então, a chamada desastrada guerra do Iraque, o unilateralismo, a prepotência, a arrogância...” Ele foi, por vias oblíquas, uma espécie de libertador de virtudes. A era de ouro dos anos Clinton (quando a especulação também comeu solta) não trouxe à luz um Barack Obama, com seus dotes redentores. Foi preciso um brucutu republicano para que a América percebesse que tinha um encontro marcado com a história.


Mas eu não sou um vigarista dialético. A América que elegeu Barack Obama — cujo discurso seria impossível, claro, logo depois do 11 de Setembro de 2001 (Bush estava no cargo havia sete meses) — já era uma América real antes disso que agora se toma como “O Advento”. A América que elegeu Barack Obama é também a América do discurso de John McCain, reconhecendo a derrota: “Ele era meu adversário, agora é meu presidente”. O mais impressionante é que o próprio eleito reconheceu isso na fala da vitória é sua abordagem inicial: sua eleição, afirmou, é uma resposta aos que duvidavam das virtudes da democracia americana.


O que estou dizendo é que a América não estava “grávida” de Obama, esperando apenas a vinda do Messias, como fazem crer os maus poetas. E, à diferença do que dá a entender o jornalismo em escala planetária (com raras exceções), não elegeu um “afro-americano”, mas um americano que soube explorar com eficiência e método os descontentamentos todos com os oito anos de gestão de George W. Bush. E o auge da crise coincidiu justamente com o período eleitoral.


É claro que se está fazendo com isso uma dada história — mas ninguém sabe qual. Seu “sentido, lamento dizer, será dado posteriormente. O mundo inteiro ligou Obama à luta pelos direitos civis e, claro, a Martin Luther King. Mas essa América agora saudada como democrática e virtuosa seria essa América ainda que um mestiço não tivesse chegado lá. Sei que é chato lembrar, mas a esmagadora maioria da população americana é branca — os “afro-americanos” são cerca de 13%, superados já pelos latinos: mais ou menos 14%. Quer dizer que os EUA, agora, só provarão mesmo ser uma democracia racial se um certo Juanito substituir Obama em 2017?


A cobertura jornalística, na média, é patética — e não é só no Brasil, não. Parece que a eleição de Obama corresponde ao fim de um apartheid, o que é uma cretinice. Thomas Friedman, que está longe de ser um idiota, chega a dizer que é o último capítulo da Guerra Civil americana. Ah, tenha paciência!


Já demonstrei aqui a farsa lógica que sustenta o raciocínio de que só o racismo poderia tirar a eleição de Obama. Relembro. Ele ganhou porque teve mais delegados. E, dizem, isso foi um sinal de superação do racismo. Ora, sendo impossível precisar o número exato de votos dessa “superação”, é forçoso concluir que todos os votos em Obama foram votos de superação — e todos aqueles dados a seu adversário caracterizam votos da reação racista. Assim, é uma obrigação deduzir que o fim do racismo nos EUA só seria demonstrado com 100% dos votos em Obama. SE HOUVER FALHA LÓGICA AQUI, CARTAS PARA O BLOG. Mas não é só isso. Por que os quase 70% de brancos dos EUA estariam sendo necessariamente racistas se votassem em alguém da sua cor?


Gostaria de conseguir ver este "Novo Tempo" como quem pudesse viajar até o futuro e olhar o passado “É, olhem lá o sentido da história”. Mas eu não vejo sentido nenhum a não ser este: os americanos repudiam o governo Bush, o país vive a maior crise econômica em 80 anos, e os eleitores acharam que era hora de mudar (CHAAANGE!!!) de rumo para não mudar de América. Tomara que Obama seja, então, o cara! Torço porque sou, como direi?, americanófilo. Conto com os EUA para darem os pipocos necessários na canalha que insiste em aterrorizar as democracias ocidentais. Até porque europeus não são muito bons nisso.


Arrematando: acho, sim, que a vitória de Obama é sinal de vitalidade da democracia americana. Mas a carnavalização do “evento histórico”, uma história feita, até agora, de incógnitas, só porque se supõe que Obama seja uma espécie de desafio ao establishment, bem, isso é sintoma de que os EUA estão infiltrados pelo antiamericanismo e de que o Ocidente, mais amplamente, está infiltrado pelo antiocidentalismo. Mas fica para outro texto.
 

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Comentários encontrados no blog ultramontano:


Notícias importantes que precisam ser lidas, extraidas do blog http://www.pcpbooks.com/missale_romanum.htm


 

osátiro disse...


Na Arábia Saudita há 800 mil católicos, imigrantes explorados, mas as igrejas são proibidas e até em casa é perigoso rezar.

Ver em:
http://contraacorrente1.blogspot.com/2008/08/perseguio-aos-cristos.html

E também notícias de:
“ZENIT o Mundo Visto de Roma”:

“Arábia Saudita: presos quatro cristãos enquanto rezavam em uma casa [19-06-2006]

Preocupação por dois cristãos detidos por sua fé em Riad (Arábia Saudita) [22-06-2005]
Nova onda de detenções

Sete cristãos libertados na Arábia Saudita sob renúncia a praticar sua fé (em particular) [09-06-2005]
Foram maltratados durante sua detenção em Riad

Pedido de ajuda internacional para os cristãos presos na Arábia Saudita [08-06-2005]
Um apelo de seus familiares e amigos

Arcebispo de Lahore pede a liberdade de 40 cristãos encarcerados na Arábia Saudita [18-05-2005]
Pede a seu governo que faça pressão

Papa bate à porta dos países que não têm relações com o Vaticano [12-05-2005]
China, Vietnã, Coréia do Norte e Arábia Saudita

João Paulo II nas primeiras páginas dos jornais árabes [10-04-2005]
Segundo constata o representante papal na Península Arábica

Novo bispo vigário apostólico para a Arábia [21-03-2005]
Dom Paul Hinder substitui Dom Giovanni Bernardo Gremoli

Cardeal Medina Estévez, novo Cardeal Protodiácono [25-02-2005]
Tem a missão de anunciar e o nome do novo pontífice

Arábia Saudita: Polícia religiosa detém um cidadão saudita convertido ao cristianismo [21-12-2004]

Perigo de cárcere para os não-muçulmanos na Arábia Saudita [07-12-2004]
Inexistente reciprocidade de liberdade religiosa com outros países, denuncia o padre Cervellera

Um cristão nos cárceres sauditas por «evangelizar» [26-11-2004]
Após sua libertação, Brian Savio O´Connor compartilha seu testemunho

Libertado cristão indiano condenado na Arábia Saudita por questões de fé [04-11-2004]
Brian Savio O´Connor já se encontra em Bombaim

Apelo pela liberdade do católico indiano condenado na Arábia Saudita [29-10-2004]
10 meses de prisão e 300 chibatadas para Brian Sávio O´Connor

Católico indiano torturado por causa de sua fé pela polícia da Arábia Saudita [02-06-2004]
Acusações contra ele poderão comportar a pena de morte.



osátiro disse...


Rezemos pelos católicos perseguidos no Paquistão.

Notícias de:
"Zenit O Mundo Visto de Roma":

Paquistão: cristãos vivem atemorizados e em constante ameaça [2008-09-01]



Papa a bispos do Paquistão: colocai Eucaristia no centro [2008-06-19]

Ser cristão no Paquistão «é muito difícil», diz arcebispo [2008-06-18]
Bispos paquistaneses se encontram em Roma para a visita «Ad limina»

Quarto trabalhadores da Cáritas Paquistão gravemente feridos em atentado [2008-03-11]
O cardeal Maradiaga, presidente da Cáritas, expressou sua «profunda tristeza»



Paquistão: «a comunidade cristã sente-se muito insegura e ameaçada» [2007-12-13]


Aumenta fundamentalismo islâmico no Paquistão [2007-11-15]
As minorias religiosas sofrerão ulteriores violências, denuncia Fides

Cristãos no Paquistão: vítimas de discriminação e perseguição religiosa [2007-08-21]



osátiro disse...


Pedido para se parar com a violência contra os Católicos Indianos.
Portugal:
consular@indembassy-lisbon.org
Brasil:
ambassador@indianembassy.org.br


Ex.Mo Senhor Embaixador

Nas últimas semanas os Cristãos Indianos, e os Católicos em particular, tem sido alvo de perseguições criminosas que provocaram dezenas de mortos, casas e igrejas destruídas e a fuga de milhares de Indianos para a selva ou campo.

60 cristãos assassinados na Índia [01-10-2008]
Inação do governo preocupa os bispos da Ásia

Bispos da Índia exigem fim dos ataques contra cristãos [29-09-2008]
Acusam formalmente os grupos extremistas hindus de planejar a violência

Cardeal Gracias: violência anticristã na Índia é «loucura» [24-09-2008]
O arcebispo de Cuttack-Bhubaneswar é ameaçado de morte

Três novos assassinatos de cristãos na Índia, entre eles um sacerdote [23-09-2008]
O arcebispo de Gênova denuncia a «onda de cristofobia» na Índia e em outros países

Extremistas hindus queimam catedral de Jabalpur [19-09-2008]
Ajuda à Igreja que Sofre convoca orações para o dia 24 de setembro

Estende-se violência contra cristãos na Índia [17-09-2008]
Várias igrejas atacadas no domingo passado

«Por que os cristãos valem menos que os ursos?», pergunta cardeal [12-09-2008]
O arcebispo Carlo Caffarra denuncia o silêncio da mídia sobre as perseguições na Índia

Índia: «Nossa fé é mais importante que nossas vidas» [09-09-2008]
Êxito da jornada de jejum e oração convocada no domingo passado

Índia: cristãos obrigados a converter-se e atacar igrejas [05-09-2008]
Denuncia o porta-voz dos bispos do país

Apelo da Cáritas a favor das vítimas das inundações na Índia [04-09-2008]

Dia de oração e jejum pelos cristãos na Índia [02-09-2008]

Religiões para uma pedagogia da paz [31-08-2008]
Cardeal Jean-Louis Tauran interveio no Meeting de Rímini

Escolas católicas na Índia fecham em protesto [29-08-2008]
Vítimas da perseguição aos católicos já são 26

Europa deve ajudar os cristãos perseguidos na Índia [27-08-2008]
Apelo do vice-presidente do Parlamento Europeu

Papa pede fim imediato da violência na Índia [27-08-2008]
Dirige-se em particular aos líderes religiosos e às autoridades civis

Nacionalismo hindu, culpado pela violência contra cristãos [27-08-2008]
Arcebispo de Cuttack-Bhubaneswar está angustiado com a sorte de seus fiéis

Acusações contra cristãos na Índia são absurdas, afirma núncio [27-08-2008]
Dom Quintana: a Igreja seguirá trabalhando pelos mais pobres

Índia: continuam ataques aos cristãos [26-08-2008]
Uma grande manifestação em Hyderabad pede proteção ao Governo frente à violência

Santa Sé pede fim do massacre de cristãos na Índia [26-08-2008]
Violência explodiu dia 23 de agosto por parte de fundamentalistas hindus

Índia: missionária queimada viva por extremistas hindus [26-08-2008]
Outra religiosa foi violentada


Sendo o país de Gandhi, ficamos muito admirados com esta onda de violência.
Pedimos a V.Exa que interceda junto de S.Exa o Primeiro-Ministro da União Indiana para que tome as medidas urgentes para garantir a paz e segurança dos Cristãos Indianos.


sábado, 1 de novembro de 2008

Cuba e o furacão

NEM UM PREGO, NEM UMA TÁBUA


* Armando Valladares


 O furacao Ike, que devastou Cuba em setembro/2008, atingiu casas mal conservadas O tirano Fidel Castro – ou quem escreve por ele – declara que “as famílias receberão ajuda material e alimentar o tempo que for necessário, até que se recupere ....” etc. etc. E, mais adiante, Fidel faz a declaração mais cínica e perversa possível na situação que está passando o povo cubano, quando centenas de milhares estão desabrigados: o comandante em chefe incita a ir “à luta contra o desperdício” (sic). [1] Todo ser humano que tenha um mínimo de sensibilidade, deve lamentar a tragédia desses infelizes. Muitas organizações e líderes, verdadeiramente bem intencionados, estão preocupados com a situação; outros atuam demagogicamente. Entre estes últimos, se encontram os defensores e cúmplices de sempre da tirania castrista, que conhecemos muito bem e denunciamos que pretendem se aproveitar dos sentimentos de compaixão para promover suas velhas e conhecidas agendas a favor do levantamento do embargo e da cooperação com a ditadura e não com o sofrido e faminto povo. Estes senhores não perdem um segundo, e antes que façam uma prece ou que tenham um sentimento de compaixão pelas vítimas na Ilha, lançam furiosos ataques contra a manutenção do embargo e contra o atual governo norte-americano, com uma notória sensibilidade seletiva, culpando os Estados Unidos e não a tirania castrista por não dar solução para a miséria existente na Ilha. Para eles, a solução (e a culpa) está somente nas mãos do governo dos Estados Unidos. Não fazem nenhuma crítica contra o governo cubano, nem um só pedido de moratória aos comunistas. Aí estão suas primeiras declarações, que não deixam lugar a dúvidas e mostram claramente suas verdadeiras intenções. É claro que mais tarde, quando os que se opõem ao levantamento do embargo - ou a qualquer ajuda, concessão ou conciliação com a tirania - denunciarem as intenções desses grupos, eles mudarão então esse discurso impopular. Mas o primeiro discurso, o verdadeiro discurso deles, é este que estou apontando. Para eles, os Estados Unidos é o vilão do filme, o que não permite levar ajuda a Cuba... Qualquer observador que não conheça os detalhes pode pensar que o governo americano é um obstáculo criminoso para a chegada da ajuda ao povo cubano. Penso que, em primeiro lugar, é preciso pedir ao governo dos Castro que elimine as altíssimas e abusivas taxas de importação e toda a classe de restrições para a entrada do que for enviado para as famílias. Pedir-lhe que suspenda a exportação de materiais de construção e de remédios e os entregue para a população. Que faça retornar milhares de médicos que estão trabalhando no exterior, para que atendam as vítimas dos furacões. Que abra as famosas e gigantescas reservas de provisões do comandante e as do exército. Esta é uma situação de emergência. Agora é hora de denunciar as contas de bilhões de dólares que os dirigentes da revolução possuem no exterior, para que o povo cubano se recorde de que, enquanto suas famílias estão ao relento, esses canalhas que lhes pedem “fervor revolucionário’ e que ‘não façam desperdício”, esses não sofrem falta de absolutamente nada, nem eles nem suas famílias, pois vivem na abundância, debaixo de tetos seguros. São esses que impedem a ajuda que lhes queremos enviar. É preciso insistir, repisar este assunto, dizer para os cubanos desabrigados, que não são os americanos (como alguns querem que eles pensem), são os comunistas do governo que impedem que chegue até eles a ajuda dos que vivem no exílio. É preciso dizer-lhes que o Comitê Central do Partido está utilizando o infortúnio, a miséria e as necessidades de milhões de cubanos como chantagem, como instrumento para conseguir que as empresas norte-americanas lhes vendam a crédito (que nunca pagarão). Este é o único propósito deles. Não lhes importa que a população morra de fome e de epidemias. Para enviar ajuda humanitária aos nossos compatriotas, não é preciso mudar as leis norte-americanas, não é preciso levantar o embargo. A questão é que não podemos entregar essa ajuda diretamente ao governo cubano, porque sabemos, por experiência, que ela nunca chegará até a população. A ajuda da Espanha, por exemplo, já está em Pinar del Río, mas a utilizam para fabricar os locais para secar e curar o tabaco. Por isto, com diz o meu bom amigo e lutador Aldo Rosado, diretor de Nuevoacción, não se pode dar nem uma tábua, nem um prego para a ditadura. NOTAS 1- Reflexões de Fidel. Assediados pelos furacões. http://www.granma.cu/espanol/2008/septiembre/lun8/asediados.html * Diário Las Américas, 09.09.2008. - Tradução: André F. Falleiro Garcia