Governo quer reduzir informações de gastos com segurança de Lula
BRASÍLIA (Reuters) - O governo pretende ampliar a relação de gastos considerados sigilosos, pagos com seu cartão corporativo, e que não podem ser divulgados em detalhes ao público para evitar prejuízos à segurança do presidente.
A decisão, anunciada nesta quarta-feira por ministros do governo, foi tomada após a divulgação, na imprensa, da relação de gastos de seguranças da presidência em São Bernardo do Campo e Florianópolis, cidades onde residem parentes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Jorge Félix, afirmou que a divulgação de determinadas informações sobre os gastos facilitam deduzir, por exemplo, o número aproximado de funcionários que trabalham na segurança do presidente, vice-presidente e familiares, o que não seria desejável.
"Nós estamos avaliando as informações que, no nosso entender, trouxeram algum tipo de prejuízo à segurança do presidente da República e das demais pessoas", afirmou Félix a jornalistas.
"Essas informações não estarão mais presentes no portal da transparência", acrescentou, em referência a site do governo na Internet onde são divulgados gastos públicos.
Félix disse que o desafio do governo é buscar um "ponto de equilíbrio" entre a transparência e a segurança. "Quanto menor a transparência, maior o grau de segurança."
Os ministros Dilma Rousseff (Casa Civil) e Franklin Martins (Comunicação Social), que também participaram da entrevista, defenderam com veemência o uso do cartão de pagamento, com o argumento de que ele seria o instrumento mais transparente para cobrir despesas públicas.
"O governo está absolutamente tranquilo em relação ao uso do cartão", afirmou Martins.
"Seria um retrocesso abandonarmos um sistema que é transparente em nome de uma coisa que não se sabe o que é."
Dilma frisou que os cartões não podem ser usados para gastos pessoais. Gastos irregulares com o cartão do governo federal derrubaram a ministra da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, na sexta-feira passada.
(Por Isabel Versiani, Edição de Mair Pena Neto)
Fonte: Reuters
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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008
A volta da censura em plena "democracia" petista
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