O programa "Mais Médicos" visava, dizia-se, atender à necessidade premente de profissionais da medicina existente no interior do Brasil. Porém, logo ficou claro que ele tinha também outra finalidade, não confessada, de transferir dinheiro para o combalido governo comunista de Cuba, vítima de sua própria ideologia malsã. Mas havia ainda uma terceira finalidade, tão oculta quanto a anterior: a de servir de plataforma política para as candidaturas do então Ministro da Saúde, Alexandre Padilha (ao governo de São Paulo) e de Dilma Rousseff (à presidência). O "Mais Médicos" tampouco estava alheio a uma série de problemas, pois durante a sua aplicação foram se revelando a deserção de diversos cubanos, o escândalo do baixo salário que recebiam, e a fiscalização que sofriam por parte de agentes da ilha comunista que os vigiavam. Apesar de tudo isso, um editorial de "O Estado de S. Paulo" (9-6-14) informa que o novo Ministro da Saúde, Arthur Chioro, resolveu "muito provavelmente" estender o programa por mais três anos. Para o presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), Florentino Cardoso, a prorrogação expõe a falta de planejamento: "O Brasil continua improvisando em muita coisa. O governo está enganando a população, dizendo que vai resolver o problema da saúde." Em nota igualmente dura, o Conselho Federal de Medicina (CFM) diz: "Em lugar de soluções desse tipo, o Estado deveria propor respostas efetivas para melhorar a assistência prestada pelo Sistema Único de Saúde (SUS)". Para o governo – comenta o referido editorial – "pouco importa a força desses argumentos, porque seu principal interesse, no caso do 'Mais Médicos', está no efeito político e eleitoral do programa". Veja-se este noticiário sobre a presença do atual Ministro da Saúde em Campo Grande (MS), extraído do site da CFM (12-6-14): "Ao saber que estava sendo aguardado por aproximadamente 300 manifestantes entre acadêmicos de medicina e médicos, o ministro da Saúde Arthur Chioro mudou o local onde realizaria um seminário para falar sobre o programa 'Mais Médicos'. Agendado para acontecer no Palácio Popular da Cultura, o evento foi transferido repentinamente para a Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul. A tropa de elite da polícia Militar (Bope) foi chamada para restringir a entrada dos manifestantes, deixando o acesso livre apenas para prefeitos e secretários municipais de saúde". Rosana Leite de Melo, primeira secretária do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul (CRM-MS), comentou: "Estamos extremamente indignados, é uma quebra da democracia. Ficou muito claro que o ministro fugiu da gente". Segundo o presidente do CRM-MS, Alberto Cubel Brull Junior, é um absurdo o ministro se apresentar para falar sobre o "Programa Mais Médicos" e ignorar as reivindicações da classe médica. "Não podemos deixar que utilizem a saúde pública para fazer propaganda eleitoral mentirosa". Se dependesse só do "Mais Médicos", parece que nenhum candidato do PT seria eleito... (*) Gregorio Vivanco Lopes é advogado e colaborador da ABIM |