sexta-feira, 31 de julho de 2009

Kerenskismo obamista — Honduras e abismo chavista


Importante artigo de Armando Valladares, preso politico cubano, sobre a resistência hondurenha contra a ditadura chavista.

 

 

Assim como o presidente Eduardo Frei Montalva passou para a História como o Kerensky chileno, por pavimentar o caminho para o socialista Allende, assim também o presidente Obama corre o risco de se tornar o Kerensky das Américas, caso empurre Honduras para o abismo chavista.

Armando Valladares (*)

Quando ocorreu a destituição do presidente hondurenho Zelaya, por ordem da Suprema Corte desse país e o apoio majoritário do Congresso, Honduras caminhava a passos rápidos rumo a uma ditadura chavista, passando por cima da Constituição e das leis. Além de seu mais alto órgão judicial, as mais importantes figuras políticas e religiosas de Honduras estavam alertando para o risco chavista.

Não obstante, nem o presidente Obama, nem o secretário geral da OEA — o socialista chileno Insulza —, nem o “moderado” presidente do Brasil, Lula da Silva, e nem sequer, que nos conste, qualquer outro presidente latino-americano disse uma palavra a respeito. Alegava-se a autodeterminação, a necessidade do diálogo, o respeito dos processos políticos internos, etc.

Zelaya e Lula


Todas essas personalidades políticas tiveram oportunidade de falar em favor da liberdade de Honduras, mas, como Pilatos, preferiram lavar as mãos. Menciono as duas mais notórias.

A primeira foi a Cúpula das Américas, em Trinidad Tobago, próxima de Honduras, durante a qual o presidente Obama, com seu estilo neo-kerenkista, se desfez em sorrisos com o presidente-ditador Chávez, flertou com o próprio Zelaya [foto] e com outros presidentes populistas-indigenistas como o equatoriano Correa e o boliviano Morales, prestigiou o “moderado” Lula e anunciou que estava disposto a dialogar e estabelecer um “novo começo” com a sanguinária ditadura castrista.

A segunda foi a Assembléia Geral da OEA — por uma ironia da História realizada na própria Honduras —, na qual, com a aprovação do governo Obama, se absolveu a ditadura castrista e se lhe abriram as portas para que pudesse retornar ao referido organismo internacional.

Diante de seus narizes e dos próprios olhos, os chanceleres dos governos das Américas puderam sentir e ver a grave situação interna de Honduras, mas preferiram lavar as mãos como Pilatos.

Quando se deu a destituição do presidente Zelaya, ordenada pela Suprema Corte hondurenha com base em preceitos constitucionais que impedem a reeleição de um presidente, aí sim, rasgaram-se as vestes, iniciando-se um dos maiores berreiros de esquerdistas e “moderados úteis” da História contemporânea, com verdadeiro linchamento de um pequeno país que decidiu resistir a essas pressões. Um pequeno país que se agigantou espiritualmente, inspirado na expressão de São Paulo, esperando “contra toda esperança” humana, mas aguardando tudo da Providência e fazendo lembrar, para quem vê com apreensão o drama hondurenho, a figura bíblica de David contra Golias.

No momento em que escrevo estas linhas o deposto presidente Zelaya ameaça retornar a Honduras, com o que, segundo advertência do Cardeal desse país, tornar-se-á responsável pelo sangre fratricida que possa correr. Diante da resistência hondurenha, até o presidente-ditador Chávez olha para o presidente Obama na esperança de que este a quebre.

Também neste momento noticia-se que a secretária de Estado Hillay Clinton acaba de telefonar ao presidente interino de Honduras para, segundo versões, dar-lhe um ultimato. A mesma secretária Clinton que em Honduras, durante recente reunião da OEA, aprovou a absolvição da sanguinária ditadura castrista; a mesma que, juntamente com o presidente Obama, está disposta a dialogar com o governo pró-terrorista do Irã; ela, que abre os braços aos comunistas cubanos, que se reúne e ri com o presidente-ditador Chávez, dá um chega-prá-lá na delegação civil hondurenha que foi a Washington simplesmente para explicar sua versão dos fatos.


Raul Castro, Zelaya e Chávez


Como já foi lembrado, o Cardeal de Honduras advertiu o deposto presidente Zelaya de que este será responsável pelo banho de sangue que possa ocorrer, caso force seu regresso ao país.

De minha parte, enquanto ex-preso político cubano durante 22 anos nas masmorras castristas, embaixador dos Estados Unidos por vários anos junto à Comissão de Direitos Humanos da ONU, e como simples cidadão das Américas, tenho a certeza de que assim como o presidente Eduardo Frei Montalva passou para a História como o Kerensky chileno, por pavimentar o caminho ao socialista Allende, assim também o presidente Obama corre o risco de se tornar o Kerensky das Américas, caso contribua para empurrar Honduras rumo ao abismo chavista.

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(*) Armando Valladares, ex-preso político cubano, foi embaixador dos Estados Unidos em Genebra ante a Comissão de Direitos Humanos da ONU durante as administrações Reagan y Bush. Acaba de receber em Roma um importante prêmio de jornalismo por seus artigos em favor da liberdade em Cuba e no mundo inteiro.
E-mail:
armandovalladares2006@yahoo.es

segunda-feira, 27 de julho de 2009

O Retrato do Poder - do blog do Gerald Thomas

Este texto está publicado no Blog do Gerald Thomas e tinha o link na página principal do Portal Brturbo. O Vampiro de Curitiba com muita propriedade usa um texto de Oscar Wilde como paralelo da artificial e bem articulada popularidade do Presidente Lula.


Texto de: O Vampiro de Curitiba


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DESVENDADO O SEGREDO DO SUCESSO DO PRESIDENTE LULA


 



Existe alguma outra frase que possa expressar com tamanha clareza a natureza do nosso sistema político? Desse covil que ainda tem o poder de nos surpreender, de nos indignar? José Sarney, presidente do Senado, tenta nos fazer esquecer seus antigos pecados utilizando-se, para isso, e a cada dia, pecados novos. Quando estamos nos esquecendo das proezas de algum de seus filhos, aparece sua neta para nos lembrar que ainda estamos muito distantes da idéia de sermos um país sério.


O país acostumou-se a viver num eterno escândalo. Políticos são vistos pela sociedade como seres desprezíveis, desnecessários mesmo. Todos eles. De qualquer partido. Menos um! Sim, um deles resiste bravamente. Justamente o principal político do Brasil: seu presidente Luis Inácio Lula da Silva.


Lula será analisado pela História como o político que mais traiu seus eleitores, mais frustrou as esperanças de seu povo. No entanto, no presente, sai imune a todos estes escândalos e alcança altos índices de aprovação. Qual seu segredo?



Da mesma maneira com que Basil Hallward pintou o retrato de Dorian Gray, no romance de Oscar Wilde, Lula foi pintado pela Imprensa, na realidade brasileira. Lula e seu PT surgiram como o novo, os donos absolutos da verdade, da ética, da pureza. Ele estava acima de qualquer análise, de qualquer crítica. Não era como um de nós, que trazemos em nosso interior tanto o Céu como o Inferno. Lula era o oprimido que assumiria o poder e transformaria a política nacional. Como faria isso? Não importava. Ele representava a beleza do sonho em que o operário chega ao poder. E, como sabemos, a beleza não necessita de explicações.


Como Dorian Gray percebeu que seus excessos e seus vícios não afetavam sua aparência - pois se mantinha sempre belo, enquanto era seu retrato que adquiria as imperfeições resultantes de noites sem dormir, de bebedeiras, de toda sorte de perversões – seguiu sua vida certo de que assim seria eternamente. O mesmo ocorre com Lula: como todos os escândalos de corrupção, de “mensalão”, de caixa-dois que marcaram seu governo não afetavam sua popularidade, Lula sentiu-se livre para todo tipo de “acordo” com todo e qualquer tipo de gente. Hoje vemos nosso operário-presidente abraçado hora com Ahmadinejad, hora com Collor, hora com Sarney, com Renan Calheiros…


Não há limites para Lula, como não houve para Dorian Gray. O retrato para Dorian, assim como a Imprensa para Lula, impede que a cada pecado cometido haja em seguida o respectivo castigo. E no castigo há a purificação. Como não há castigo, Lula segue em sua trajetória de autodestruição.


Mas, então, qual a verdadeira face de Lula? Quem representa a imagem do retrato que envelhece e se deteriora?




Enquanto oposição, os feios e estúpidos do PT eram imbatíveis. Não queriam nem saber. Na dúvida, detonavam qualquer figura política que não lhes fosse simpática. E hoje, no governo, o que faz o PT?


É o Partido dos Trabalhadores quem sofre os desgastes das depravações ideológicas de Lula. Na verdade, Lula já destruiu o PT. Olhem nas fisionomias do Mercadante, do Suplicy, daqueles que abandonaram o partido fundando o PSOL ou seguindo para o PSTU. São seres apáticos, envergonhados, constrangidos. Olhem a UNE, transformada em chapa-branca. Olhem os sindicatos, hoje bajuladores e dependentes do governo. Lula não acabou apenas com o PT, acabou com toda a esquerda, de maneira geral.


Pois é! Assim como um artista, a Imprensa tem o poder de fabricar seus ídolos. Criaram um Lula acima do Bem e do Mal. Lula tem hoje o poder de salvar ou destruir a reputação de quem quer que seja. No passado destruiu a reputação de muitos. No presente salva políticos que mereceriam estar nas páginas policiais, não nas de Política. Mas será que salva mesmo? Será que Sarney, por exemplo, está sendo salvo? Ou Sarney terá o mesmo destino do PT?


O Partido dos Trabalhadores é o verdadeiro retrato do Lula. O PT ficou a cara do Sarney! E o Brasil ficou a cara do Maranhão!



E a imprensa?



Basil Hallward, apesar de considerar o retrato de Dorian Gray sua mais bela obra, nunca o expôs. Dizia que o retrato tinha muito de si mesmo. Lula, esse semideus criado pela Imprensa, também tem muito dela. Cuidado, B(r)asil! Dorian vai lhe enfiar uma faca na cabeça!




(Lula 2009)



Obs: O Vampiro de Curitiba é leitor e colaborador do Blog do Gerald

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Link da notícia abaixo com a foto da vovozinha.

Vovó Ava Estelle
www.freedomwriter.com

O bom senso da velhinha!




Recebi esta notícia por email, não sei se o fato realmente ocorreu, vou pesquisar no google, mas parece tão interessante e de acordo com o direito natural que aqui a publico. É claro que não recomendo que façam o mesmo. Lei é lei e deve ser seguida, mas que a vovó Ava Estelle foi corajosa, isso foi.


Melbourne, Austrália

A delicada vovó Ava Estelle, de 81 anos, ficou tão chocada quando dois delinqüentes estupraram sua neta de 18 anos que ela conseguiu localizar os desavisados ex-condenados - e os baleou nos testículos.

 "A velha senhora passou uma semana caçando esses homens - e quando os encontrou vingou-se desta forma inusitada", disse Evan Delp, investigador da polícia de Melbourne. Em seguida ela tomou um taxi, foi até a delegacia de polícia mais próxima, colocou a arma no balcão do sargento de plantão e lhe disse, com toda a calma:  

 "Por Deus, esses bastardos não vão estuprar mais ninguém!"
Os policiais disseram que Davis Furth, de 33 anos, ex-condenado e estuprador, perdeu o pênis e os testículos quando a ultrajada Ava abriu fogo com sua pistola de 9 mm no quarto do hotel onde ele vivia junto com Stanley Thomas, de 29 anos, seu companheiro de cela do período em que haviam cumprido pena na cadeia. 




A polícia disse que a enrugada vingadora mandou para o outro mundo também os testículos de Thomas, mas o médico procurou salvar seu pênis mutilado. "Thomas não perdeu sua masculinidade mas o médico com quem conversei disse que ele não poderá usá-lo com antigamente" , disse o investigador Delp aos repórteres. "Os dois homens ainda estão em más condições, mas acho que devem estar felizes por terem sobrevivido depois daquilo que passaram".  
 
A Vovó Rambo entrou em ação em 21 de agosto, após sua neta Debbie ter sido agarrada e violentada em plena luz do dia pelos dois bandidos armados de facas. "Quando vi a expressão no rosto da minha Debbie, aquela noite no hospital, decidi que sairia sozinha atrás daqueles bastardos porque imaginei que a lei seria branda com eles", relatou a bibliotecária aposentada. "E eu não estava com medo deles porque eu tinha um revolver e tinha atirado durante toda a vida. E não fui tonta de devolvê-lo quando a lei mudou a respeito de possuir um."





Assim, usando um esboço dos suspeitos e da descrição feita por Debbie, firme como uma rocha, Ava passou sete dias rondando a vizinhança onde o crime havia acontecido até ver os azarados estupradores entrarem no hotel decadente em que moravam. 




A idosa senhora relembra "Eu sabia que eram eles no minuto em que os vi, mas ainda assim fiz uma foto deles e a levei para Debbie e ela disse, segura como o diabo, que eram eles. Assim voltei para o hotel e encontrei o quarto deles e bati na porta, e no instante em que o grandão abriu a porta eu atirei em linha reta entre suas pernas, exatamente onde ele realmente ficaria mais ferido, sabe. Então entrei e atirei no outro quando ele recuou, suplicando-me que o poupasse. Então fui até a delegacia de polícia e me entreguei."




Agora, especialistas perplexos tentam imaginar exatamente o que fazer com a vovó vigilante. "O que ela fez está errado e ela infringiu a lei, mas é difícil mandar uma velha senhora de 81 anos para a cadeia" - disse o investigador Delp - "Especialmente quando 3 milhões de pessoas na cidade querem nomeá-la prefeito."  
 

terça-feira, 7 de julho de 2009

Carga tributária bate recorde e chega a 35,8% do PIB em 2008

07/07/2009 - 10:59 , atualizada às 12:34 07/07 - Sarah Barros, repórter em Brasília Ultimo Segundo - IG


Mesmo com o fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) e medidas de cortes de tributos, a carga tributária do Brasil aumentou no ano passado. Dados divulgados nesta terça-feira pela Receita Federal mostram que a carga tributária (conjunto de tributos recolhidos pela União, Estados e municípios) bateu recorde histórico em 2008 e atingiu 35,8% do Produto Interno Bruto (PIB), o que representa uma alta de 1,08 ponto porcentual em relação à carga tributária de 2007, quando foi de 34,72% do PIB.


O nível da carga tributária do País é comparável ao de países desenvolvidos.



Enquanto o PIB em 2008 foi de R$ 2,88 trilhões, a arrecadação tributária bruta do País atingiu R$ 1,034 trilhão. A arrecadação cresceu em uma velocidade maior que a do crescimento da economia brasileira. Enquanto o PIB cresceu 5,1% em 2008, a arrecadação tributária nos três níveis de governo subiu 8,3%.


O coordenador-geral de Estudos, Previsões e Análise da Receita Federal, Marcelo Lettieri, reconheceu que a carga tributária brasileira é alta, mas ponderou sobre a necessidade de manter a arrecadação. "Temos carga tributária elevada para o nosso nível de desenvolvimento, mas ela é necessária para as demandas de serviços e investimentos que temos", disse.


Por itens tributados, a maior parte dos impostos incidiu sobre bens e serviços, representando 48,4%.Os impostos sobre a folha de pagamento e salários representou 22,53% e sobre a renda, 20,5%. Com o fim da CPMF, os tributos sobre transações financeiras representaram 2,04% da arrecadação em 2008, contra 4,89% em 2007.Outros tributos representaram 3,08% do total arrecadado.


Lettieri explicou que a maior incidência de impostos indiretos, cobrados sobre o consumo, é reflexo da desigualdade econômica presente no país, com base de renda pequena. Segundo ele, 15% da população para imposto sobre a renda. “A tributação sobre o consumo acaba senda uma alternativa viável para buscar receita”, disse.


Lettieri confirmou ainda que o governo estuda desonerar a folha de pagamento. "O governo acredita que possa fazer desoneração na folha de pagamento sem compensações, por meio de reduções escalonadas", disse. Essa mudança pode ser feita ainda este ano.


Ele reiterou, porém, que qualquer medida será adotada desde que não coloque em risco a meta de superávit primário. “A prorrogação das últimas desonerações limitou este espaço em função da queda da arrecadação que temos observado”, ponderou.


Balanço


Do total, 69,62% foram para os cofres da União, o equivalente a 24,92% do PIB ou R$ 720,134 bilhões. Na carga de 2007, era 70,08% do total. A parcela dos Estados correspondeu a 25,79% do total, o que significou ligeiro aumento em relação à fatia de 2007, de 25,36%. Os municípios acabaram com 4,60% do total, praticamente o mesmo da partilha de 2007, de 4,57% do total.


O valor nominal do PIB usado pela Receita Federal em 2008 foi de R$ 2,889 trilhões, ante os R$ 2,597 trilhões de um ano antes.


Fatores


De acordo com os dados divulgados hoje, contribuiu para o crescimento da arrecadação, além da expansão de 5,1% do PIB no ano passado, o aumento do mercado de trabalho formal, com reflexo positivo na massa salarial do setor privado. Também contribuiu o aumento das alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) das instituições financeiras.


Por outro lado, pesou negativamente a extinção da CPMF, a correção de 4,5% da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) e a redução da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) combustível para absorver o impacto do aumento dos combustíveis.


Queda em 2009


A previsão de Marcelo Lettieri é que em 2009 haja queda na carga tributária federal principalmente diante das desonerações feitas pelo governo federal para ativar a economia. Segundo ele, a tendência pe de queda também nos estados e municípios.


"Em relação à atividade econômica [impactada pela crise mundial] já há redução, mas as desonerações devem provocar uma queda mais forte", afirmou.


Segundo a série histórica, houve dois momentos de redução da carga desde 1995. Em 1996, a carga ficou em 26,5% do PIB depois de atingir 27% no ano anterior. Em 2003, a carga tributária ficou em 31,4%, depois de atingir 32% em 2002.


(Com informações do Valor Online e Agência Estado)

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Uma vergonha a Brincadeira do Congresso! Artigo de Claudio Abramo

Um excelente artigo de Claudio Abramo mostrando os gastos do Congresso Nacional. Um absurdo que precisa acabar! Acesse e participe www.monarquia-ja.blogspot.com


Claudio Abramo


03/07/2009 - 08:00
Como se o comportamento dos políticos brasileiros já não fosse suficiente para esgarçar a paciência de todos os Budas de pedra do Nepal, ainda por cima eles custam os olhos da cara.


Em 2007, a Transparência Brasil mostrou que os Orçamentos do Senado e da Câmara dos Deputados são os mais elevados do mundo civilizado em termos do quanto pesam no bolso do contribuinte. As Assembleias Legislativas e as Câmaras de Vereadores das capitais não ficam muito atrás. Ver os relatórios correspondentes aqui e aqui. Ver também como esses orçamentos evoluíram entre 2007 e 2008 e entre 2008 e 2009.


Aqueles estudos foram feitos em cima dos orçamentos totais das diversas Casas analisadas. Ou seja, incluíam todos os gastos, de manutenção de jardins a troca de lâmpadas, de limpeza a segurança. E, é claro, os salários e benefícios tanto de funcionários como de parlamentares.


Ontem a TBrasil divulgou novo relatório, desta vez examinando apenas os dispêndios diretos com os parlamentares do Senado e da Câmara e comparando-os com o que acontece em sete países: Chile, México, Estados Unidos, Alemanha, França, Grã-Bretanha e Itália.


Os resultados são extraordinários.


Consideraram-se quatro tipos de gastos: salários dos políticos, verba de representação, viagens e contratação de “assessores” (denominação que os políticos dão a cabos eleitorais pagos com dinheiro público).


Nem todos os dados são disponíveis em todos os países.


Tomando-se os países em que é possível coletar a informação e somando os quatro componentes de custos (convertidos para real), o resultado que se obtém é o seguinte:


País Parlamentar Custos
Brasil Senador 1.618.460,00
Brasil Deputado 1.340.077,56
EUA Deputado 2.938.799,46
Chile Senador 732.689,20
Chile Deputado 595.313,60
Alemanha Deputado 859.268,23
França Deputado 769.652,66
Grã-Bretanha Deputado 756.006,12
França Senador 663.306,16


Assim, cada senador e cada deputado brasileiros custam mais, em termos absolutos, do que os correspondentes dos outros países, exceto os deputados norte-americanos.


Acontece que essa comparação não exprime o tamanho da diferença real, pois os níveis de renda desses países são bastante diferentes entre si. Se pagamos R$ 2 (digamos) por um cafezinho no Brasil, o mesmo cafezinho custará coisa como 3 euros ou mais na França, o que dá algo como R$ 9.


Isso quer dizer que, para realizar uma comparação de fato significativa, é preciso corrigir os números levando-se em conta as diferenças de renda e de custo de vida entre os países.


O número que mede a produção de riqueza de um país é o Produto Interno Bruto, ou PIB. Pode-se calcular o PIB de um país de diferentes modos. A modalidade do PIB que leva em conta as diferenças de poder aquisitivo é chamada de PPP (paridade de poder de compra).


Dividindo-se os PIBs (PPP) pelas respectivas populações, obtém-se o PIB per capita, ou por cabeça. Para o Brasil, e já convertido a real, o PIB (PPP) per capita é de R$ 19.503,84.


Ou seja, em média, cada brasileiro gera esse montante por ano. (É claro que isso é uma média. A maior parte da população brasileira não chega nem perto disso, ao passo que para o topo da pirâmide de renda o número é muito maior.)


O país com o maior PIB (PPP) per capita entre aqueles examinados são os Estados Unidos, com R$ 91.607,25.


De posse dos PIBs per capita, pode-se então fazer a comparação de quanto, em números mais próximos da realidade vivida pelas pessoas, cada parlamentar custa em termos do PIB per capita. O resultado está na tabela seguinte:


País Parlamentar PIB per capita Custo/PIB per capita
Brasil Senador 19.503,84 83
Brasil Deputado 19.503,84 68,7
EUA Deputado 91.607,25 32,1
Chile Senador 27.811,01 26,3
Chile Deputado 27.811,01 21,4
Alemanha Deputado 68.447,48 12,6
França Deputado 66.884,29 11,5
Grã-Bretanha Deputado 71.241,45 10,6
França Senador 66.884,29 9,9


Ou seja, enquanto o custo incorrido por um senador francês corresponde a 9,9 vezes o PIB per capita da França, um deputado norte-americano custa 32,1 vezes o PIB per capita dos EUA etc., um de nossos senadores custa 83 vezes o PIB per capita nacional e um deputado, 68,7 vezes.


Em outras palavras, um deputado federal brasileiro custa para o bolso do cidadão tupiniquim mais do que o dobro do que um deputado norte-americano pesa para um sobrinho de Tio Sam, 6,5 vezes mais do que um membro do Parlamento britânico pesa para os súditos de Sua Majestade Britânica etc. etc.


É ou não é espetacular?


Além de termos de aguentar esse Congresso, ainda somos obrigados a pagar muito mais do que todos os países mencionados para manter os carinhas lá.


Ver o estudo completo, com outras informações, aqui.


Enviado por: Claudio Abramo - Categoria(s): Sem categoria